segunda-feira, 1 de junho de 2015

Primeiro a Calmaria, enifm a Tempestade

Durante o período chamado de Gênesis, foi chamado de um período de início conturbado, mas quando a paz se solidificou, ela operou por muitas gerações, e nenhuma desavença surgiu entre as crias de Yev e as crias de Azon. Como um ato de paz entre Yev e Azon, unidos em poder e mente eles criaram dois seres, Ehreon e Seren, opostos de função, iguais de nascença, Seren cuidaria dos Céus e Ehreon da Terra, mas a igualdade de poder logo terminou, Seren cuidava dos puros e dignos de perdão enquanto Ehreon dos ímpios e merecedores da vingança, mas aqueles a quem Ehreon deveria cuidar, eram inexistentes, não havia um resquício de maldade no Céu e na Terra, ele se sentia fraco perante a Seren que ganhava mais e mais poder, mais influência e era amada perante os habitantes do Céu e respeitada pelos Habitantes da Terra, enquanto Ehreon pouco a pouco caía no esquecimento, até que em um dia seu nome soou apenas como uma brisa, ele adormeceu, solitário e seu despertar era incerto.

Alguns podem achar que Azon e Yev era produtos naturais do Yogh, mas estão errados, eles eram mutações, radicais livres, uma matéria densa e sólida de Yogh que tomou forma e consciência através de algum evento estranho. A Natureza estava em sua normalidade enquanto o Yogh se mantinha em sua forma pura, mas ele foi afetado, sua pureza maculada e a natureza sempre tenta retornar para o seu estado de equilíbrio. Tudo que foi criado pelo Yogh, criações feitas de sua energia, tenta retornar para a forma pura, a Terra e o Céu que foram moldados a vontade de Azon e Yev, se tornaram caóticos, hostis a qualquer coisa viva a sua volta, começou pela Terra, de suas estranhas erupções de Yogh em sua forma natural surgiram das montanhas até as planícies e depois atingido os oceanos e rios, descobriu-se que essa forma é completamente mortal a qualquer coisa criada a partir dele, o que era sólido derretia, e o que era gasoso queimava em contato com a energia.

Depois vieram os animais selvagens, enlouquecidos pela energia, todo o conceito de cadeia alimentar se esmigalhou e predadores viraram presas, e presas viraram predadores, até mesmo animais de mesma raça começaram a se matar por motivos desconhecidos. Por fim aqueles que foram criados por Azon e Yev, diferente de animais selvagens, eles não enlouqueceram de uma vez, foi gradativo, enquanto tentavam impedir e fugir daquela calamidade, alguns de seus membros perdiam sua sanidade pouco a pouco, e a discórdia se instalou, o terror chegou aqueles que eram imortais, eles temiam a morte, entre os sábios a ignorância nasceu e até mesmo a inocência não escapou, ganância, arrogância e orgulho sobrepujaram generosidade, humildade e o respeito.

Dragões se tornaram soberbos, se preocupavam em pilhar riquezas e se isolar em cantos remotos da Terra, apenas protegendo suas fortunas, as máquinas dos Áinsálfar se viraram contra eles e uma guerra pelo domínio do subterrâneo começou,. Não se sabe o que se passa dentro dos domínios dos Kenar, mas deveria estar pior do que o restante, não havia passagens para a superfície, e dado o fato da percepção dos Kenar, eles deveriam estar se matando por enxergar a verdade dentro de si mesmos. Os Céus podiam estar longe do Inferno que cobria a Terra, mas não, o Yogh também era abundante e natural dos Céus, as moradas Nimbus se desfaziam e os ventos rugiam de oeste a leste, norte a sul, tornando a sobrevivência dos Nimbus algo próximo do impossível.

Sirius eram um dos que mais sofriam, sua proteção de Yogh, antes uma bênção incrível agora era uma maldição horrível, quanto mais rápido corriam, maior era a dor que sentiam, chegava a fazer o mais forte da matilha implorar pela morte, que nunca alcançava um ser tão rápido. E entre aqueles que podiam suportar aquela dor, a destruição viera com sua velocidade, tão rápidos quanto o vento, eles rasgavam o Céu e seus corpos se incendiava, quando não podiam mais suportar a dor, eles desmaiaram exaustos e dos Céus chamas choveram contra a Terra, complementando a destruição causada pelas erupções de Yogh.

Se os Izans já era difíceis de lidar antes, após o caos causado pelo Yogh, eles se tornaram uma calamidade móvel, quando separados a destruição não parecia produtiva, todos eles se uniram, formando apenas um Izans, um monstro abissal que devorava tudo a seu caminho, e ele desceu até a Terra onde poderia destruir mais coisas, montanhas inteiras foram destruídas, levando também partes do reino dos Áinsálfar, Dragões Anciões tão antigos despertaram para lutar contra essa ameaça, seus sopros queimaram as nuvens, seus números eram pequenos, mas seu poder unidos eram o bastante para impedir que esse Izan gigante se alastre por toda a Terra.

Azon e Yev estavam analisando aquele fenômeno, pensando em um jeito de impedir que aquele desastre destrua os Céus e a Terra por completo, mesmo que eles parem a destruição do Yogh, não haveria como impedir que ele afetasse as raças, e mesmo que as destruíssem as novas sofreriam da mesma forma. Só havia duas coisas a se fazer, ou eles destruiriam toda a criação retornando o Yogh ao seu estado estável, ou eles uniriam suas mentes com o Yogh, permitindo controlar toda essa energia com a imensurável força de vontade e poder que detinham essas Entidades. E foi o que Azon e Yev fizeram, Yev se uniu ao Céu e Azon a Terra, as calamidades causadas pelo Yogh cessaram, mas as suas Crias ainda estavam sofrendo, restava para Seren retomar a ordem, mas havia muita maldade e corrupção, isso enfraquecia Seren, a pureza e bondade estavam em um número menor, e se continuasse a reduzir, o fim estaria próximo e uma espécie de Mundo de Destruição surgiria para sobrepujar o que restava da Paz, antes imponente sobre os Céus e a Terra.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Gênesis do Mundo

Antes da criação, quando o universo não passava de um Grande Céu e um Grande Oceano, ambos formados por energia pura [Yogh] a matéria-prima de tudo o que conhecemos hoje em seu estado primevo. Esse ambiente dividido pelo Grande Céu [Joh] e o Grande Oceano[Zan] era chamado de O Nada, afinal, não havia além de uma extensa paisagem interminável sem leis da física ou forma alguma de um ser mortal sobreviver, mas tudo parecia estar em perfeita harmonia e paz.

Um minuto mais tarde, o Grande Oceano começou a borbulhar, como se estivesse sendo aquecido e estava evaporando, mas um imenso vórtice se abriu em seu centro, O Grande Oceano estava sendo sugado e absorvido por uma forma singular, um ovo para ser preciso, que brilhava em sete cores visíveis e outras milhares mais imperceptíveis. Quando terminou, o Grande Oceano fora completamente devorado, restante um imenso vazio contemplado pelo Grande Céu, porém ele não parecia estar saciado, o ovo subiu até o Grande Céu, ele queimou em sete chamas de sete cores e quando preste a se chocar com O Grande Céu, ele se dividiu em dois, um subiu e diferente da outra parte, ele se chocou com o Céu e antes limpo e em colorido azul, se tornou nublado com brechas que davam espaço para feixes de luz, como em uma dia ensolarado que de repente ficou nublado e as nuvens disputam um lugar com o Sol.

A metade que caiu para o vazio tomou forma, ganhou consciência, assimilou uma aparência de um dragão dourado colossal, asas de plumagem, quatro chifres e uma longa crista prateada. Seu nome era Azon, o Deus-Dragão do Cosmos, quando criamos uma Escala para medir a categoria de criaturas, Azon seria considerado o mais alto nível, uma Entidade Cósmica, aqueles que manipulam as leis, criam a matéria e a energia do Nada a partir de sua vontade, e outras habilidades que nem os Mortais ousam sonhar ter, seria poder demais para pessoas que tem muito a perder.

Já ciente do passado e futuro, ele viveu o presente, autodenominado Senhor desse Universo, dotado de sabedoria e conhecimentos naturais, estava preste a dar um uso ao poder e conhecimento concebidos ao nascer, quando a Metade que subiu até os céus brilhou intensamente, que os feixes de luz rasgaram as nuvens que os bloqueavam. Um feixe mais denso desceu até a altura de Azon e uma figura feminina, mais semelhante aos humanos, o encarava com o mesmo ar de superioridade, indiferente quanto os poderes do Maior dos Dragões, ela também era uma Entidade Cósmica, Yev.

Yev olhava para Azon, e este para Yev, como se decidissem que os próximos minutos do Universo vazio fossem ser de Caos ou de Paz, um momento de um suspiro que durou uma eternidade, e a escolha foi a Paz, mas a coexistência seria limitada, Azon criou um mundo com a mesma extensão desse universo, Mares com águas límpidas e terra recheadas de fauna e flora, ele também criou os Dragões Anciões, os primeiros seres conscientes do mundo e imortais como seu criador, eles viveriam em conjunto com os Áinsalfar, elfos que povoaram as cavernas e caminhos no subsolo, sua pele era cinza, os cabelos eram negros, e de estatura mediana. Tão profundo no chão, mais fundo que o reino dos Áinsalfar, foram criadas criaturas a partir do calor e das rochas sanguinárias, seres esse que são vulgarmente chamado de Demônios, são os chamados Kenar, criaturas de pele escura com partes de rocha saindo do corpo. Essas foram as primeiras raças a viver sobre a Terra.

De altitudes tão altas que apenas os sons dos fortes ventos eram ouvidos, em meio a nuvens colossais, mas aquilo era a Paz que Yev desejava, e assim como Azon, ela povoou o Céu, o povo que viveria dentro das nuvens, Nimbus eram eles, criaturas de cabelos brancos, olhos azuis e pele pálida, em suas costas longas asas brancas, os segundos a virem foram os Sirius, eles vivem acima da morada dos Nimbus, eram como lobos brancos que se moviam tão rápido pelos céus que quem os contemplasse, veria um rastro de luz surgir e então sumir. E por ultimo aqueles que vivem abaixo da morada dos Nimbus, Izans, seres com a forma de tufões de ar, eram poucos comparados ao seus irmãos, mas tão grandes quanto uma morada de Nimbus.

Essas foram as raças que povoaram o Gênesis, enquanto Dragões Anciões, Áinsalfar e Kenar viviam na Terra, os Nimbus, Sirius e Izans viviam no Céu, coexistindo sem nunca entrar em contato, evitando que a Paz seja perturbada e temendo que a pouca paciência que entidades tinham entre si esgotasse, e uma guerra sangrenta se iniciasse.

Mas essa coexistência pacífica tinha fundações frágeis, e em nome da Paz entre o Céu e a Terra, ambas as Entidades se uniram para criar dois representantes do Céu e da Terra, Seren para governar os Céus em nome de Yev, também seria aquela que guardaria a alma dos puros entre as raças e concederia o perdão aos justos, e Ehreon para governar a Terra em nome de Azon, punindo os ímpios e concedendo a vingança aos necessitados. Por muitas gerações a Paz reinou, todos eram puros e o pouco que faziam de malévolo não passava de inocentes brincadeiras, e qualquer deficiência na sociedade era consertada, por muitas gerações... Ehreon se manteve adormecido pela nula existência de sua essência.

terça-feira, 12 de maio de 2015

A um grande recomeço!

Boa noite a todos.
 

Apesar da revitalização do blog não estar pronta, eu resolvi começar os trabalhos por aqui, porque acredito que a melhor forma de incentivar é fazermos nós mesmos.
O conto que se segue foi escrito para o RPG online, mas nunca chegou a ser postado... que bom pois agora posso por ele aqui sem ser repetitivo. Ele não tem muito a ver com o mundo do RPG e nem é algo muito bom, mas vá lá!




As Respostas Vivem Dentro de Nós



Alguns duvidam da minha existência, outros têm certeza de que eu sou apenas uma das muitas criações da laboriosa e criativa imaginação humana. Mas... nós estamos aqui, entre os palpáveis e factíveis “vasos de barro”. Nós existimos. 

 O homem adquiriu ao longo do tempo a insidiosa mania de crer apenas no que seus sentidos falhos, e muitas vezes mentirosos, podem captar. Eu não posso ser captado pelos sentidos humanos, portanto, não sou real.

 Estou sobre uma obra da mente humana, trabalhada com certo esmero, posso ver: um arranha-céu.

 É engraçado ver os humanos glorificarem a si mesmos através das suas obras. Eles se acham magníficos por coisas que criaram, enquanto a verdadeira glória são eles mesmos, os que se esquecem de si.

 O mundo dos homens é grande e cheio de problemas que parecem insolúveis, mas na verdade não o são. A maioria dos problemas da humanidade é criada por ela mesma, e sem que ela perceba acaba se afundando mais e mais, até que fica difícil se erguer novamente. Essa é uma das razões para a minha existência. 

Neste momento eu vejo uma bela moça, jovem e de rosto cansado, no entanto bela, sair de seu trabalho enquanto o sol se põe num crepúsculo que merecia ser retratado por um mestre renascentista. Porém a mocinha lá embaixo está com os pensamentos revoltos demais para reparar nele. Eu posso ouvir os pensamentos dela; e até para mim, que já ouvi e vi muitas coisas desde muito tempo, eles estão confusos, difíceis de entender e interpretar. Ela precisa da minha ajuda.

 Num instante eu estou ao lado dela, caminhando. Ela não me vê, é claro, mas de certa forma sente o meu afago como se fosse apenas o vento anunciando a chegada de mais uma noite de inverno.

 – Você não pode se entregar desse jeito – digo – Você sabe o quanto batalhou pra estar na sua posição... 

A moça ouve a minha voz como se fosse apenas o seu  pensamento; uma injeção de ânimo é tudo o que ela precisa, pelo menos agora.

 Nós podemos interferir com mais propriedade em suas vidas, mas são poucas as vezes em que uma intervenção direta se faz realmente necessária, costumamos apenas sussurrar, porque isso faz emergir a resposta que reside neles.

 Eu a acompanho até em casa, vejo quando ela pega a chave debaixo do capacho da entrada e abre a porta. Ela joga seus pertences no sofá gasto, mas bem cuidado, e se joga em seguida, deixando que o sofá a amorteça, a receba como se fosse um ente querido ansioso por vê-la. A moça se entrega à letargia por um tempo. 

Ela divaga, viaja por seus pensamentos enquanto a televisão desligada reflete apenas a sua imagem, distorcida pelo visor levemente convexo do aparelho. Ao que parece a distorção da tela refletia um pouco do que ela via dentro de si mesma, uma imagem distorcida do que ela idealizou quando empilhava os tijolos que dariam sustentação à sua vida. Mas pouco do que ela planejou pôde ser concretizado. 

Eu me sento ao lado dela no sofá. Reparo que até o corpo dela mostra cansaço. É fácil planejar e ter esperanças quando você é apenas uma jovem sentada numa cadeira em uma sala de aula. É fácil desenhar no quadro-negro de um futuro ainda nebuloso, mas, conforme as nuances e formas do que eles chamam de vida adulta vão se delineando, a situação, por vezes, perde o controle. Os humanos acabam se deixando levar por uma rotina preestabelecida, determinada pelas suas vidas que deram errado. Tente manter esperanças e sonhos quando tem contas para pagar, quando acorda na mesma hora todo dia não importando o quanto sua mente e seu corpo estejam cansados. Você vai para um emprego onde tem que aturar pessoas (digo aturar, porque é quase impossível conviver com elas), cumprindo uma função da qual não gosta, e no final do dia, volta para uma casa vazia, que te abriga, mas não te aconchega. Não há espaço para sonhos nesse mundo real. 

Eu pretendo fazer com que isso mude, ou essa moça vai acabar desistindo de viver. 

Após um tempo de meditação ela se levanta e abre a janela. O vento de uma noite já fria aceita o convite e entra ruidosamente, balançando utensílios e jogando algumas coisas leves no chão. 

Eu aproveito e comodamente esbarro em algo que não é tão leve assim. Derrubo uma pasta, um amontoado de papéis avulsos e sem muita importância. Ela bufa, frustrada, e fecha a janela, pondo-se em seguida a recolher os papéis e tudo o mais que caiu. Ao deparar-se com a pasta, todas as coisas que estavam no chão parecem perder a significância. A pasta contém nada além de anotações antigas, vindas de uma época anterior, de uma época onde havia tempo para sonhar. E para escrever. 

Um sorriso muito belo brota no rosto da moça, como se um jardineiro regasse uma flor que não via água há muito tempo e esta abrisse suas pétalas para receber as gotas. Ela se deixa sentar ali mesmo no chão e passa a examinar aquelas folhas. Folhas de caderno, sem muito significado. Ao menos não o significado que a sociedade valoriza, mas todo um significado sentimental. Todo um valor. 

Um tempo passa e ela se levanta do chão, pondo a pasta no lugar, mas agora deixando ela visível. Ela se senta de novo no velho sofá e contempla de novo o televisor desligado, mas agora a imagem distorcida e oprimida que era exibida está diferente. A distorção mostra um mundo de sonhos, mostra a válvula de escape através da criatividade de alguém que nasceu com o dom de usar as palavras a seu favor e a favor de outras almas que por elas precisam ser tocadas.

 – Por que você não volta a escrever? – eu sussurro. – Suas histórias são tão boas que nem parece que foi você que as escreveu...

A ideia injetada parece ter dado certo, pois ela prontamente se levanta do sofá e vai para a mesa da cozinha; busca uns papéis em branco, e começa a enchê-los com palavras, até que o sono chega e ela vai dormir. O vento lá fora já está ameno, depois de estar banhada e devidamente vestida com seu pijama, a moça abre a janela de seu quarto e deita-se em sua cama. Eu ajoelho próximo a ela e lhe dou um beijo na testa, concedendo-lhe os melhores sonhos que ela poderia ter. Sonhos de esperança. Então, sussurrando-lhe uma boa noite, eu volto para o lugar de onde vim com mais uma missão cumprida.

Vai aqui com pouca coisa de diferença, mas eu mantive até mesmo os erros e repetições porque esse escritor aí faz parte do que eu me tornei e eu jamais negaria. Vão aqui os créditos à Agathe, minha querida irmã, que sempre olha meus textos. Obrigado!
Espero que gostem! Boa noite a todos.


José Nilson Jr. ([lazarus] »ΛωS« Passolargo †††)
Revisora: Agathe ([ag_ht] »ΛωS« Agathe F.)